TROPICAOS
Do psicodélico à psicanalhice,
do tropicalismo à tropicaretice,
do elitismo estamental,
ao achaque neoliberal,
da estultice do mobral,
ao analfabetismo funcional.
Nesse espaço temporal,
empreendi uma viagem visceral,
devaneio lúdico,
transcendental.
Planei por Macondo de Arcadio,
dos Buendia
Em voo de condor, trespassei montanhas,
vi em garras de abutres,
uma cabeça decepada,
numa guerra “Bolivária”,
peleja bruta,
nada solidária.
Contemplei céus de diamantes
com nuvens cor de rosa.
No horizonte cósmico
me assaltou o brilho
d’um buraco negro pulsante
que tudo absorvia.
um rabo de arco íris sibilante,
chicote de chiclete
que resplandecia,
enquanto o Sargento Pimenta
em cabeças mais afeitas ,
reluzia.
IV
Nesse campo invernal,
num solo árido,
semitropical
Uma chama iridescente ardia,
alimentada com mel e ambrosia.
Saciava deuses à revelia.
V
Sob um sol sonâmbulo,
sombrio,
Embriagado com vinho de acácias
Viajei na corcova das opiáceas,
cavalguei um Pégaso sem crina
rodei rodopios loucos de bailarina.
Em êxtase,
extático,
mergulhei em mel de laranjeira,
sufoquei com pólen das vivandeiras.
Guardei meus sonhos em potes de geladeira,
tupperwares frágeis,
com pesadelos frígidos de frigideira
VI
Sem prece,
contudo precificado,
orei,
roguei,
esperneei.
Reneguei a cruz,
o crucificado.
Pagão, paguei,
fui excomungado.
Então o céu e tudo
foi apagado.
VII
Mas,
marciano tímido e marcado
ainda sigo meu caminho,
livre, louco e sobretudo
apaixonado.
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