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Mostrando postagens de abril, 2021

Índios

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  Hoje é 19 de Abril, dia que desde a década de 1940 é consagrado ao povo nativo, genérica e erradamente chamado de “índios”. Num dia como o de hoje, nalgumas escolas são pregados cartazes de cartolinas com fotografias mal recortadas mostrando os resquícios daquilo que um dia os povos nativos nunca foram, pessoas de corpos mal pintados vestidas com sainhas feitas de penas ou algo parecido, figuras patéticas que, em sorrisos forçados e tímidos, demonstram total ignorância ao que se prestam e para quem servem. Apesar da minha aversão a determinadas datas comemorativas que se prestam apenas a expor a hipocrisia de uma sociedade que pouco se importa com o objeto de suas celebrações, impossível deixar passar em branco tal efeméride. E, desses dias do índio, um que recordo com saudades e satisfação foi o QUARUP Revival, um festival que ocorreu no final dos anos 1980 na Barra do Jucu, em Vila Velha no Espírito Santo.  Lembro que, eu e meus colegas do curso de História da Federal do Espíri

De(u)scrença

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  Comecei a ler um catatau dumas 500 páginas em letras miudinhas dum desses autores pouco conhecidos que ganhou o Nobel anos atrás*, pra variar o sujeito é judeu. Antes de tudo, quero deixar claro que além de Gói sou um bugre marrano e ateu que admira muito as histórias e respeita igualmente as crenças de todos os descendentes de Abraão, tanto os ismaelitas quanto os filhos diretos de Isaac. E, sobre a leitura de "Amor e Exílio: memórias", bastava eu começar a ler e duas páginas depois caia no sono, sinal de que é um bom livro. Pode parecer estranho, mas livro bom pra mim é aquele que me faz sonhar, ou seja, me faz pegar no sono, quanto mais rápido eu durmo melhor é o livro, pois livro ruim, ao contrário, me tira o sono. Entretanto, a questão não é essa, quero falar de fé, ou melhor, da falta de fé que é o meu caso. No início do livro, uma autobiografia, o autor Isaac Bashevis Singer,  filho de um rabino polonês do segmento chassídico, ou seja ultraortodoxo, descreve o mo

O Tigre Branco: uma alegoria da miséria humana.

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Todas as vezes que acesso o Netflix, sou bombardeado com cartazes oferecidos sugerindo os mais variados títulos e destacando aqueles que estão no “top” dos mais assistidos. Invariavelmente, rejeito a sugestão e me ponho a buscar algo como filmes iranianos, argentinos (gosto muito destes), chineses, japoneses e russos, as vezes refino minha busca utilizando nomes de diretores de minha preferência (infelizmente a Netflix não cultua os diretores de minha preferência como Almodóvar) ou gêneros que me interessam e assim vou adestrando o algoritmo da plataforma. A maior parte das vezes, abandono a pesquisa sem encontrar algo interessante, desligo a tv e tento fazer algo mais útil, como escrever essas coisas por exemplo. Nessa minha busca por algo que atendesse meu exótico apelo, durante o período de quarentena encontrei uma série turca chamada “Ressurreição” que, por interesse histórico, resolvi assistir. Ocorre que essa série está dividida em cinco temporadas e cada temporada é composta,