Formas de Ver
Quatro da manhã, lua cheia esparramando um brilho prateado sobre as ondinhas quebrando suaves na mureta do canal quatro.
No primeiro alongamento antes de iniciar a corrida, o ar
friozinho da manhã trouxe junto com as gotículas de orvalho a voz melodiosa da
Marina Lima falando o que se chama amor.
Imediatamente você tomou minha mente, então pensei
“Há quanto tempo não vejo você!?”
E imediatamente me corrigi, pois:
vejo você sempre que ouço Marina Lima falando de amor;
vejo você sempre que atravesso a ponte Pênsil;
vejo você todas as vezes que borrifo sobre o corpo uma
colônia qualquer;
vejo você sempre que leio algo da Clarisse;
vejo você todas as vezes que paro prum café no posto da
Bandeirantes;
vejo você na luz verde do semáforo.
Enfim, vejo você sempre que escrevo coisinhas assim.
Exatamente assim como estou vendo você agora.
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