Mulheres

 A aluna perguntou se eu poderia gravar, (na verdade ela gravaria), algumas palavras sobre as mulheres importantes da minha vida.
 
Imediatamente uma lampadazinha vermelha se acendeu em minha mente, um alerta do tipo:“atenção, cuidado com o que você vai dizer, pois ficará gravado!!”.
Lógico que eu me dispus a fazer a gravação e fui sincero quando respondi que:
“As mulheres mais importantes na minha vida são minha esposa Eliana, minha filha Juliana e minhas netas, a Dedé, a Lolô, a Lelé e a Lili, mulheres lindas, guerreiras e que juntas dão um sentido pra minha existência”
Satisfeita, a aluna agradeceu e saiu. Provavelmente, foi gravar outros depoimentos do tipo.
Bom, tudo isso pra dizer duas coisas, a primeira foi que eu esperava uma contestação por parte da aluna que não aconteceu, seguinte: ela não questionou por que não citei minha mãe?
Pra essa questão minha resposta estava pronta, diria que “mãe não é mulher, mãe é mãe!”. 
Já a segunda questão é a seguinte, como disse fui sincero, porém também fui omisso e explico.
Omiti as mulheres que me apaixonei ao longo de minha mediocre vida. 
E aqui quero me redimir afirmando que, enquanto essas paixões se manteviveram como uma fogueira ardente vivenciei sentimentos de alegria e de fruastração, dramas que foram fundamentais para que eu me tornasse um homem digno para aquelas mulheres citadas no início desse texto.
Por isso repito, tentando me redimir, aqui escrevo para as mulheres que me apaixonei, e que apesar de nunca terem sido minhas amantes (é importante também que se diga), devo também a elas o desejo e o prazer de estar vivo.
Para corrigir minha omissão, escrevi esse pequeno texto:


Três Por Quatro

Quando as coisas estão cinzas,

nebulosas, sinistras,

puxo aquele três por quatro da memória

com teu sorriso lindo

então,

Tudo se ilumina e fica

colorido como um belo jardim.



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